sábado, 30 de outubro de 2010

Tudo a nú



Esta semana vou estar outra vez no ar, portanto nada de novo a acrescentar aos milhares de horas que já tenho aos ombros e a que estou já acostumado.

Depois de entrar no tubo, encomendo-me sempre ao divino e só espero que ele faça o seu trabalho, o de me fazer chegar a bom porto. Nada a fazer! O controlo não é meu e já nem a turbulência me amedronta. Limito-me a olhar para o rosto de quem ao meu lado viaja, na tentativa de descobrir os pensamentos de inquietude e as reflexões que vagueiam pela cabine nessas alturas de perturbação.

Caceteia-me isso sim, a segurança dos aeroportos. Mais apertada nuns do que em outros, lá vão eles verificando as “bombas” que não levamos, quase despindo os viajantes, respigando tudo e todos, apalpando de cima a baixo a torto e a direito a quem faz apitar a máquina.

Concordemos que se alguém quisesse meter algum petardo num avião não seria por lá que passaria e pelos encontros que tenho tido, acho que todo aquele aparato é só mesmo para Inglês ver. Agora querem pôr uns “scanners” que despe completamente os passageiros. Sou determinantemente contra! Ninguém tem de saber a cor das minhas cuecas.

Já vi bebés quase despidos, homens descompostos, senhoras a quem só faltava mandarem tirar-lhes a roupa interior, pertences íntimos expostos a público, malas quase dobradas, gente descalça, enfim! No final e sob o olhar sorridente dos colegas de trabalho, o segurança faz ainda passar o viajante pela sessão de apalpação.

Isso sim chateia-me deveras imenso pois sei que muitas das vezes não tem nada a ver com a segurança, mas com o simples gozo e prazer na humilhação. Vejo que a alguns elementos da segurança lhes falta alguma formação e que pelo facto de lhe terem dado uma farda, julgam ser já agentes da autoridade.
Note-se que há muitas excepções.

Mas no meio disto tudo, há cenas engraçadas.
Uns destes dias no aeroporto de Charleroi (Bélgica) e no meu entender um dos mais maçadores na Europa em questões de segurança, durante o controlo para “despir” (como lhe chamo), dois amigos Ingleses riam e teciam alguns comentários sobre a figura de uma passageira que na fila aguardava. Verdade seja dita, a fortuna tinha sido amiga dessa “piquena” pois era bastante bem constituída. (risos)

Nos intervalos, penso que com a ajuda de algumas “bejecas”, iam verbalizando que a miúda era uma bomba (bomb) fazendo-se ouvir pelos demais e pela própria visada. Chegados ao “scanner” aguardava-os três agentes da autoridade armados que os levaram para uma sala, enquanto que lhes iam perguntando onde estava a bomba.

Sob a gargalhada geral das 15 ou 20 pessoas, a “piquena” incluída e que sabiam a que bomba se haviam referido, lá foram eles sob o olhar mal-encarado dos agentes que nos espiava sem saber porque riamos. (risos)

2 comentários:

  1. Gostei. Nunca me tinha lembrado de chamar ao pássaro de aço, tubo. Boa viagem, paciência e muitas bejecas

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  2. Que sorte para a equipa da "Bomb Squad"! Com bombas assim para "verificar", até eu não me importaria com o risco de elas "explodirem"... (gargalhadas) (gargalhadas)!
    Abraço, Jota!

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