quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pedido de desculpas

A semana passada postei algo do Jorge Almeida, onde ele pedia desculpas à cadela dele por lhe ter chamado de deputada.

Foi com bastante agrado que postei a sua dissertação, pois tal como ele, também eu gosto imenso de cães e considero de facto uma afronta enorme, qualquer analogia que lhes seja feita nesse sentido.

Hoje, um outro amigo Facebookiano postou este video e, qualquer dúvida que tivesse restado, está agora desfeita.

Um obrigado à minha cadela pelas alegrias que me proporciona e em especial pela alegria que mantém, mesmo quando me vê triste ou algo deprimido.

É que convenhamos, os animais, esses sim, são nossos amigos!



terça-feira, 16 de outubro de 2012


Postado por Hugo Ferreirinha

Assunto: Os portugueses, não são pobres, são é muito estúpidos!

- Um português recebeu de um seu amigo nova-iorquino, que conhece bem Portugal a seguinte resposta, quando lhe disse: Sabes, nós os portugueses, somos pobres ... Esta foi a sua resposta:

"Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?


Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?


Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e por cartas de crédito ao triplo que nós pagamos nos EUA?


Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso.


Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 23% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 23%, pagais ainda impostos municipais.


Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.*

*E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA...

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da Nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e dos seus autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada.


Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre o ordenados e ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.080 Euros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e da electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, financiados pelo estado (nós) enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.
Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro.
Vocês, portugueses, não são pobres, são é muito estúpidos........."
.
POR MIM, NÃO DEIXAREI DE AVIVAR A MEMÓRIA DOS ESQUECIDOS !...
Um dos Motivos por que o Governo se tornou fiador de 20 mil milhões de euros de transacções intra bancárias......???
Os de hoje, vão estar como gestores de Banca amanhã, pois os de ontem, já estão por lá hoje.
Correcto???? Se pensa que não, vejamos:

Fernando Nogueira:

Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa: (O TAL QUE ESTEVE NA GAIOLA)

Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete: (AGORA NINGUÉM O OUVE)

Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; (o banco falido, é só gamanço)
Presidente do Conselho Executivo da FLAD 

Armando Vara: (AQUELE A QUEM O SUCATEIRO DAVA CAIXAS DE ROBALOS)

Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP (demissionário a seu pedido, antes que levasse um chuto no cú)

Paulo Teixeira Pinto: (o tal que antes de trabalhar já estava reformado)

Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho',
Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000EUR x 15 meses por ano até morrer...)

António Vitorino: 

Antes -Ministro da Presidência e da Defesa
Agora -Vice-Presidente da PT Internacional;
Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta - (e ainda umas 'patacas' como comentador RTP) 

Celeste Cardona: (a tal que só aceitava o lugar na Biblioteca do Porto se tivesse carro e motorista às ordens - mas o vencimento era muito curto)

Antes - Ministra da Justiça
Agora - Vogal do CA da CGD (QUE MARAVILHA - ORDENADO PRINCIPESCO - O ZÉ PAGA)

José Silveira Godinho: 

Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES (VIVA O LUXO)

João de Deus Pinheiro: (aquele que agora nem se vê)

Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português (O TAL QUE DEU O BERRO). 

Elias da Costa: 

Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Vogal do CA do BES (POIS CLARO, AGORA É BANQUEIRO

Ferreira do Amaral: (O ESPERTALHÃO, QUE PREPAROU O TERRENO)

Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato (POIS CLARO, À TRIPA FORRA). 

etc etc etc... 


O que é isto ? 

Cunha ? 
Gamanço ? 
É Portugal no seu esplendor .
...e depois até queriam que se declarasse as prendas de casamento e o seu valor. 
Já é tempo de parar esta canalha nojenta ! 

Não te cales, A DENUNCIA É O PRINCIPIO DE "ALGO" QUE TERÁ DE ACONTECER!


Orçamento de Estado 2013 :

- Escalões do IRS!
* Redução do número de escalões do IRS de oito para cinco.
* Até sete mil euros, taxa 14,5%
* Entre sete e 20 mil euros, taxa de 28,5%.
* Entre 20 a 40 mil taxa de 37%
* Entre 40 e 80 mil euros, taxa de 45%.
* Acima de 80 mil euros, taxa de 48% e, taxa de solidariedade de 2,5%;

- Sobretaxa de IRS em 4%!
Sobretaxa de 4% sobre rendimentos em 2013 com pagamento mensal ao longo de 2013 por  retenção na fonte

- Actualização do IMI foi adiada por dois anos!!!

- Juros e rendimentos de capitais!
Com taxa de 28% também para as mais-valia bolsistas, sem excepção.

- Subsídios de desemprego e doença pagam imposto!
Taxa no subsídio de desemprego de 6% e no de doença 5%.

- Deduções à colecta em sede de IRS reduzidas!

* Os contribuintes com um rendimento  abaixo dos sete mil euros, ficam sem  limites.
* Entre sete mil e 20 mil euros dedução máxima de 1.250 euros. 
* Entre 20 e 40 mil, dedução máxima de 1.100 euros. 
* Entre 40 a 80 mil euros, dedução máxima de 500 euros. Acima de 80 mil euros, não existe deduções.

- Reformas!
Reformados com pensões acima de 1.350 euros com corte iniciado em 3,5%. Mais de 1.800 euros, máximo até 18%

- Taxa Social Única!
Descida para as empresas que contratarem desempregados com  45 anos de idade ou acima.

- Baixas!
Corte a contar do 30º dia e taxada em 5% acima de 30 dias.

- Combustíveis!
Aumento do imposto sobre os combustíveis, portanto aumento dos combustíveis. Agravamento a contribuição para o serviço rodoviário, que sobe para 1,10 euros em cada mil litros de gasolina e dois euros por cada mil litros de gasóleo.

- Automóveis!
Nos mais potentes e nos mais poluentes o imposto agrava 10% e aumenta também já em Janeiro, o Imposto Único de Circulação para todas as categorias. Subida de 1,28% nos carros de menor cilindrada e menos poluentes. As grandes máquinas pagam mais 10%

- IVA!

Criação do IVA de caixa que permite às pequenas empresas só entregar o IVA após a recepção  do imposto dos seus clientes.

Demais medidas!
- Ana e TAP com privatização concluida já no início de 2013.
- Privatização dos CTT com definição do modelo.
- Na Saúde um corte de 1,7 mil milhões. SNS recebe 7,8 mil milhões de euros, o que representa uma redução de 19,5%
- Aumento em 101 milhões para a Ciência e Ensino Superior fixando o valor em 2,1 mil milhões de euros.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

POR JORGE ALMEIDA.

PEDIDO DE DESCULPAS


Há algum tempo atrás metaforicamente publiquei aqui que o meu cão era deputado. Ontem cheguei à conclusão de que me enganei e peço desculpa ao meu cão, porque ele não tem nenhum Audi, VW ou BMW pago por mim. Reconheço agora que ofendi o meu cão, levantando um falso testemunho. Daí o meu canino pedido de desculpas pelo texto que passo a citar:

"Será que é uma mera coincidência? Estava eu a pensar... O meu cão dorme em média 18 horas por dia. Tem toda a comida preparada e pode comer qualquer coisa sempre que lhe apeteça. A comida é-lhe fornecida sem qualquer custo. Tem cuidados médicos uma vez ao ano, ou quando necessário, e não paga nada por isso. Mora numa zona central, com boa vizinhança e numa casa que é muito maior do que ele necessita, mas não necessita de limpar nada. Se fizer porcaria, alguém limpa. Escolhe os melhores lugares da casa para fazer a sua soneca e recebe essas acomodações completamente grátis. Vive que nem um rei e sem que isso lhe acarrete qualquer despesa extra. Todos os seus custos são pagos por outras pessoas que têm de sair de casa para ganhar a vida todos os dias.

Eu estive a pensar sobre isto e, de repente, concluí... O meu cão é deputado!!!..."

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


NENHUM GOVERNANTE, FALA NISTO... PUDERA...!!!!!!

O que a Troika queria aprovar e não conseguiu!!!!!!----


1. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros atestados, motoristas, etc.) dos ex-Presidentes da República.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções  nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem ser auditados*?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo
País;.


10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento as horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado.  Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES RINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

24. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito, perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

25. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

26. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não
prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.


27. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

28. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

29. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Postagem FB de Pedro Matos Trigo


Diálogo ficcional (mas tão real...) entre o primeiro-ministro francês e tutor do rei Luís XIV, o cardeal Mazarin, e o aspirante a (e futuro) ministro das Finanças, Colbert:

Os tempos e os regimes mudam mas as motivações das pessoas mantêm-se. Le Diable Rouge é uma peça teatral de 2008, com autoria de Antoine Rault.

O extracto seguinte, dela retirado, é um diálogo entre Colbert e Mazarin, passado noutro tempo e noutro lugar, no reinado de Luís XIV, em França. Mas bem poderia ter tido lugar hoje em Portugal. Ou em 2008 neste mesmo Portugal.

Colbert: – Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço…

Cardeal Mazarin: – Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas, vai parar à prisão. Mas o Estado… é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!

Colbert: – Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarin: – Criando outros.

Colbert: – Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarin: – Sim, é impossível.

Colbert: – E sobre os ricos?

Mazarin: – Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert: – Então como faremos?

Mazarin: – Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer, e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!

Vamos à luta?

Por Pedro Santos Guerreiro:

Há momentos de descontinuidade na percepção da realidade. Como a perda de gravidade acima de uma certa altitude ou o silêncio sepulcral quando se passa a velocidade do som. O "enorme aumento de impostos" de ontem parece um desses momentos. O momento em que se pára. O momento em que já nada se percebe. O momento em que as mil perguntas já não atravessam a barreira dos dentes. Pedem-nos tudo, explicam-nos pouco, prometem-nos nada.
E nós, vamos à luta?


É uma ironia cruel: Portugal está a vencer a batalha dos mercados no mesmo passo em que perde a batalha do país. Somos louvados, ganhámos um ano, temos as taxas de juro mais baixas desde o início da intervenção externa. E no entanto, estamos sobre um abismo em cima de cordões de sapatos.

O "aumento brutal de impostos" é uma resposta desesperada de um Governo cuja estratégia falhou e que não teve criatividade nem se preparou para outras medidas. Perante a derrapagem do défice, Passos Coelho perdeu o tino e anunciou a medida estupidamente inteligente da taxa social única, que aniquilou a paz política e arruinou a paz social. Agora, o País está na esquina perigosa entre ser sucesso ou fracasso, Irlanda ou Grécia, singrar ou afundar-se na espiral recessiva. Perante o abismo, o Governo abriu a gaveta das possibilidades e tirou tudo de lá de dentro. Tudo. Caça com cão, com gato, com gão e com cato.

Este aumento de impostos é um grito. Não tem lógica, não tem política, não tem justiça, não tem estudos, não tem regras, não tem sequer coerência ideológica. É uma arma que metralha contra uma selva escura. Impostos, impostos, impostos. E é também uma súplica. Aos portugueses. Porque se as hipóteses de salvação são exíguas, elas serão nulas se o país estiver indisponível. Está o País disponível? Vamos "manter a coesão", como pede Vítor Gaspar?

Eis a grande questão. Saber se estamos para isto. Mais que na falta de criatividade nas medidas, mais que na falta de negociação externa, o Governo falha quando propõe um contrato aos portugueses com base numa única premissa: porque o País é deles. Nosso.

O Governo destratou os portugueses quando criou uma tropa de elite para tratar dos mercados e deixou vazia a cadeira da política, onde se fala ao povo. Agora, o Governo precisa do povo. Mas falha-lhe, não lhe dá o que povo exige. Merece. Precisa. A mobilização do povo exige premissas simples. Exige que além dos aumentos de impostos haja cortes de despesa no funcionamento do Estado - e o Governo está um ano e meio atrasado nisso. Exige equidade nos cortes, mas as medidas contra os lóbis são tíbias e tardias. Sobretudo: exige um propósito, luz no fundo do túnel, exige confiança. Exige verdade.

Não basta tocar o clarim para que os portugueses voltem para dentro do barco de que foram expulsos com a TSU. Não é possível fazer uma convocatória de um povo mantendo-o na insegurança perpétua e na ignorância permanente.

Como se faz a convocatória de um povo mantendo-o desinformado quanto à vida do seu País e de cada uma das vidas que o habitam?
Vítor Gaspar fez anúncios negros repletos de espaços em branco. É preciso preencher esses espaços em branco, há dados fundamentais desconhecidos.
Quais são os novos escalões de IRS?
Quem vai pagar mais e quanto mais?
O que é preciso poupar hoje para compensar mais tarde?
Acima de que valor um trabalhador da iniciativa privada perde mais do que um salário em 2013?
Qual é o máximo que um funcionário público pode perder?
E o mínimo que um pensionista pagará?
Quanto se vai pagar de IMI?
Que valor de salário vai sobejar depois do fim das deduções fiscais?
Em Maio de 2014, quando chegar o acerto do IRS, que surpresas haverá?
Como podemos acreditar que há equidade sem dados para percebê-lo?
Quanto vão pagar as concessionárias de PPP, se é que vão?
Qual é a taxa sobre transacções financeiras?
Que "grandes lucros" de empresas vão ser tributados?
Qual a dimensão da economia paralela?
Como será cortada despesa do Estado em quatro mil milhões de euros, como a troika obriga?
Vão despedir militares, polícias?
Vão cortar prestações sociais, subsídio de desemprego? Quanto? A quem?
Não é uma falácia dizer que os portugueses vão ficar melhor em 2013 do que ficariam com a TSU, quando muitos vão ficar pior que em 2012?
Como havemos de acreditar que a economia "só" decresce 1% no próximo ano?
O que nos garante que não entramos em espiral recessiva?
Por que razão a receita fiscal não quebrará no próximo ano se quebrou neste?
Quando acaba afinal esta crise? Em 2014? Em 2018? Em dois mil e nunca?
Que ambição podemos ter?
Que gerações têm esperança?
Que legado deixaremos?

Sem respostas, os portugueses não sabem sequer quanto dinheiro vão ter daqui a três meses, quanto mais se acreditam no País

Faltam cortes de despesa. Não há medidas de incentivo ao crescimento. O aumento do IRS é enorme. A julgar pela incidência, é preciso ganhar cada vez menos dinheiro para ter um "rendimento alto" para o fisco. Estamos mais pobres, mas há cada vez mais ricos.

Há um batalhão de gente neste momento a lutar pela País mesmo que parte dele não saiba fazê-lo. Cada português tem de decidir se acredita nisto. Se desiste, se se rebela. Ou se acredita, tira o sangue das pedras, paga impostos, luta pela sua vida e pela dos outros.

Sim, é uma decisão cada vez mais individual. Porque está a tornar-se uma decisão de fé. Para ocupar com palavras os milhões de espaços em branco.