Fernando Pessoa dizia que “a única maneira de ter sensações novas é construir-se uma alma nova”.
Pensei que me conhecia bastante bem e que pouco ou nada, em mim, alguma coisa me surpreenderia. Mentira!
Cada um de nós é um poço de surpresas até para si mesmo. Por mais que digamos que nos conhecemos, a dada altura, somos assombrados ou maravilhados.
Ultimamente tenho experimentado algumas sensações que já não sofria faz mesmo muito tempo e por outro lado, algumas outras novas que pensei nunca me acorrerem.
Sinto que estou a mudar e não quero. Acho que estou a mudar para pior e contra isso estou a lutar, mas … acho que já perdi algumas duras batalhas.
Estou mais amargo, mais duro, mais impaciente, menos alegre, menos simpático, menos benevolente, sem luz, sem chama e sem brilho.
Dou por mim ao espelho e pergunto, porquê?
Porque estou eu a tornar-me naquilo que nunca gostei de ser?
O paladar do que germe e aquilo que vejo, não me agrada por completo. Estou furioso comigo mesmo.
Não quero uma alma nova mas a que sempre tive e com a qual me sentia bem.
O apagão tem o efeito de fazer surpreender qualquer um.