quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Como uma Bunda


Dois corpos, duas vidas, dois sentimentos e uma única alma, é uma das boas expressões que, no meu entender, define a palavra, amigo.

Imaginem na vossa mente o seguinte simbolismo:
Uma árvore representando cada um de nós, com os galhos em representação das nossas vivências e experiências, e cada galho rodeado de folhas que representam os nossos amigos.
Imaginem ainda que o ciclo de vida da amizade, é como o das árvores, e o seu ciclo anual.

A amizade é uma das melhores prendas que a vida nos dá, e como já disse outras vezes, só se aprende o que é a amizade, vivendo.
Um amigo, é aquele que nos deixa um pouco de si e leva um pouco de nós e tudo tem de ser proporcional em termos de amizade.
É durante esta Primavera que os nossos amigos, digo as nossas folhas, estão mais verdejantes e é nesta altura que a nossa árvore mais vida e alegria transpira.

Chega o verão e tudo corre bem. Os galhos estão fortes, as folhas começam já a dar sinal de flor e fruto, aproveitamos todos os raios de sol e alimentamos contínua e consecutivamente os nossos amigos.
É nesta altura que abrimos as portas do nosso coração e deixamos fluir, para as nossas folhas, todo o alimento que possuímos. È também a fase mais perigosa. É a altura em que de tão absorvidos e concentrados estarmos em as alimentar, estas são por vezes atacadas por maleitas irreparáveis, sem que tenhamos dado conta do que está a acontecer.

O Outono vem agressivo, alguma chuva fora de época, brisa forte a estremecer os galhos. Eis que as nossas folhas perdem a sua cor original e tendem a cair. Tanta energia nos absorveram que agora abandonam, sem aparente motivo por vezes, os nossos galhos.
Aqueles que nos levaram muito e não nos deixaram nada, não são amigos, são aves de rapina travestidas de amigos que enquanto lhe interessou, se foram alimentando.

Inverno!
Bastante chuvoso, alagando as raízes. Gela os filamentos e o tronco estremece a cada rajada vento. Há folhas que partiram já. Restam algumas que fortemente agarradas aos galhos, tendem a eternamente ficar. Ressequidos, algo maltratados, estes amigos jamais abandonarão o seu lugar, seja pelo que for. Desesperam a chegada de uma nova Primavera, na ideia de que recuperados, possamos alimenta-los fortemente de forma a embelezarem, como outrora esteve, a nossa árvore.

Aquele que nunca me viu chorar é um amigo primitivo, mas o meu verdadeiro amigo tem por certo, os ombros encharcados.
Embora eu seja séptico no que cerne ao destino estar traçado, esses ensopados são um dos maiores encargos da nossa existência e são, o testemunho incontestável, de que duas almas, não se descobrem por acaso".

*Alguns dos que me lerem entenderam este texto no seu todo.
É o meu contributo a um amigo, que há já alguns dias, tem sido difamado e maltratado em público.
Depois de despida já a verdade, tarda a sua torna, bem como retratar-se em publico os autores de dito descrédito, repondo o rigor da situação.
Nunca ficará mal, a gente de bem, admitir que errou.
Caso tal não aconteça, e valendo o que vale, o meu julgamento está irreversivelmente consumado.

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