Para a maioria de nós o Japão está longe
Mesmo tão longe, tem posturas com as quais eu me identifico desde há muito.
É um País com 6.852 ilhas unificado no século IV e com uma das culturas mais ricas do mundo actual e é uma mais ou menos miragem ao conhecimento de muitos que pouco sabem, do saber da sua cultura ancestral e da sua sociedade.
Trata-se de uma sociedade organizada onde os valores sociais transmitidos ao longo de gerações são revigorados pelos costumes e padrões comportamentais, onde as normas e leis estimulam e dirigem o trato social, onde o sentimento de responsabilidade comum é partilhado, onde a moral e o visor básico da sociedade é a família.
Esse misto de valores que afiança a dedicação dos sujeitos ao agregado com que se reconhecem ou pertencem, produzem a solidariedade horizontal da vida colectiva de cada Japonês. Para cada um deles, a família representa a colectividade e o trabalho é efectuado em função do bem comum.
As imagens que nos vão chegando, dão-nos a ideia da catástrofe que aconteceu.
Somos canhoneados a toda a hora com novas imagens e vídeos e a maioria passa tranquilamente ao lado nas nossas vidas, mais ou menos interessantes, e nem nos damos conta do verdadeiro drama existente na subsistência de cada uma daquelas pessoas.
Ao longo dos tempos temos sido poupados como nação a algumas catástrofes e calamidades. A mais recente foi a segunda grande guerra onde nos situamos neutros, e até mesmo a revolução Espanhola nos tocou ligeiramente de raspão.
Talvez por isso o nosso sentimento colectivo como nação tenha sido passado para segundo plano, e são poucas as vezes que nos vemos unidos numa mesma causa.
Só mesmo em determinadas alturas nos unimos como deve ser.
Mesmo nesse caso, e mais recentemente, foi preciso um estrangeiro de seu nome Scolari unir uma nação, e desta feita, á volta do futebol.
Sem rodeios…, é difícil imaginar o drama de alguém que em minutos ficou sem família, sem amigos, sem conhecidos, sem os seus bens, enfim... sem nada e sozinho no mundo.
Vidas e famílias inteiras devastadas em instantes e vale a pena pensarmos nisso…, talvez assim consigamos dar algum valor acrescido àqueles que nos rodeiam e de quem gostamos.
As imagens do link em baixo intimamente trazem-me vários sentimentos.
Vale a pena verem-nas.
http://www.abc.net.au/news/events/japan-quake-2011/beforeafter.htm
São desoladoras e comparam o que era o antes e o que é o agora.
Não duvido que o explosivo sentimento do bem comum, capacidade colectiva e organizativa da sociedade Japonesa vá, em menos tempo daquele que exigiríamos nós, mudar a agulha rapidamente.
Tampouco duvido que aquilo que reconstruírem no meio da devastação será, melhor e bem mais elaborado daquilo que já era óptimo e seria bom olharmos atentamente para o que irá acontecer e quiçá, tomarmos como exemplo a capacidade da sociedade Japonesa mesmo que…,
…para a maioria de nós o Japão esteja longe.
Amigo, estou deveras preocupado... apesar do "longe", tão longe... E mais gritante do que as fotografias Arrepiantes que nos mostrou, confesso, estou preocupado com uns tais 4 reactores que, pelos vistos, segundo ouvi na TSF, estão fora de controlo. Mais, se tudo correr menos bem (eu não disse mal!), preve-se uma catástrofe nunca vista.
ResponderEliminarFelizes dos que estão lone, dirão tantos. Esquecendo-se que este mundo é "tão perto".
Abraço.
"lone" quer dizer "longe" em Português de Portugal. (sorrisos)
ResponderEliminar(sorrisos)
ResponderEliminarPois essa é a questão, mesmo!
Esqueceram-se já do vulcão na Islandia que, embora não tão longe, preocupou toda a Europa.
E o ditado diz que o longe...se faz perto.
A confirmarem-se os piores receios, o longe será bem aqui ao lado... A ver vamos qual o desfecho deste drama (real) que, para muitos, não passa de uma "novela" de televisão...
ResponderEliminarAbraço, Jota!